quinta-feira, 31 de março de 2011

Logo ali estão as penas para o cocar do rito

acordar com o passado
brinde na tarde chuvosa
doce neblina
suavidade nas pálpebras alertas

vigia,
venha aqui fora...
diga-me,
se vale a pena olhar e nada ver.
vai chover hoje?

louças se amontoam na pia
fracos em cima de pratos
homens gordos entupindo o ralo
vaca morta inchada de água

motorista,
abra a janela...
diga-me,
se vale a pena andar e não ir a lugares aonde se quer chegar.
que horas são?

dispa-se

cabides em pedaços pelo chão
restos de vida
ácidos consumidos na espera
hienas implorando perdão através do riso

travesti,
chega mais...
diga-me,
se vale a pena receber enquanto se quer dar.
qual é a próxima esquina?

água na chaleira
chá na cuia para digestão
salão de danças armado
fuzil, 38cm, arma de leite

amiga junkie,
entra aqui...
diga-me,
se vale a pena estar sã enquanto tudo se esvai.
que dia é hoje?

dispa-se