Há muito por aqui. Toalhas, camisetas, cuecas, lençóis, cadernos, cigarros e restos de comida. Em meio ao todo estão corpos ou ratos. Sangue ou molho de tomate. Não há como precisar. O quarto, pequeno, não mais existe. Só um amontoado de vícios e roupas sujas. A televisão também está um pouco danificada, assim como o móvel que a sustenta. A cama, sem lençol, possui mais suor que qualquer ser humano, ela fede. O armário está cheio de cupins. Os livros já não são lidos. Tudo o que se pode fazer é deitar e apreciar, de certa forma, a degradação. O barulho vindo da rua o deixa ainda mais louco. Gritos e mais gritos emanam do apartamento. Todos eles veem de uma pessoa, Bento. Quem o ouve não mais acredita em sua lucidez.
domingo, 23 de dezembro de 2012
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