trajo as vestes de ninguém,
acuado, leproso, sorumbático,
por entre ventos e vinhedos,
por entre poças de vinhos tinto.
caído no chão público,
louco, molhado, desmemoriado,
entre gritos altos e mordidas vorazes,
entre aranhas ansiosas por carnes.
de peito aberto para o céu chuvoso de ninguém,
amargo, cansado, fracassado,
deixo entrar os garfos e orvalhos,
deixo penetrar os raios e os galhos.
deitado de lado admirando o cair das gotas,
inerte, obcecado, vago,
como um pervertido e desvairado,
como um inútil desgraçado,
como um dente alho amassado,
visto o paletó surrado e cantarolo a marola entoada pelos traumas... de ninguém.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
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