terça-feira, 21 de julho de 2009

Mula sem cabeça

Segue pelo corpo
Lamenta a intenção dos bem intencionados
Discorre sobre o tempo sem deste saber
Sonha com asas sem ao menos saber andar

E quem dirá...
o sol se apagou no horizonte?
E quem irá...
dar a chama para que possa voltar a brilhar?

Inventa sabores para o olfato gasto
Leva armadilhas em sacolas vazias
Vislumbra o novo sem nunca ter tido o velho
Desce dos céus sem jamais lá ter estado

E quem virá...
mostrar-lhe que o dorso pode não ser belo?
E quem dissipará...
as ferrugens impregnadas das cordas desafinadas?

A vida não se fará
Os laços não desatarão
O Outro não agirá
e a vida, tomada, permanecerá caminhando sem as pernas de seu corpo

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